NA VIGÍLIA


-Olha, patrício...
vê aquela figura,
talhada em bronze puro,
exposta sobre um mangrulho
bem no centro dessa praça?

-Presta atenção nos seus traços,
o modo como se veste,
o porte altivo e marcante...
Não notaste a diferença?

-É um soldado da Brigada
que ostenta fibra e bravura,
e hoje, lembra a figura
de um nobre homem da lei.

Da lei, da paz e da ordem
que depende o nosso povo,
brotam co’a fé nesses homens
que juram pra sociedade
Liberdade, Igualdade e Humanidade pra todos
perante a nossa bandeira.

Homens que vieram do ontem,
surgindo em meio à revolta
da guerra que se firmava
manchando de sangue o pampa,
tombando nobres gaúchos
que peleavam simplesmente
por um Rio Grande melhor!

Talvez, por isso, a certeza
de que não são simples soldados,
pois carregam fardos pesados
e lutam com a mesma força
e pelos mesmos ideais
que lutavam os primórdios
dos avós de nossos pais.

São esses homens que velam
pelo silêncio das noites.
São esses homens de farda,
que passam horas amargas,
no rigor da invernias
ou no calor dos verões,
varando léguas de estradas
em largas rondas noturnas.

Homens que passam os dias
cumprindo com seu dever,
na missão de proteger
e defender Pátria e Gente,
zelar pelo bem dos outros,
cuidar da vida de muitos
nesse ofício de tão poucos.

Homens que trazem nas veias
o sentimento mais puro
pela missão que carregam.
Que às vezes, são obrigados,
a esconder a própria cara
dentro de suas moradas.

Não podem mostrar a farda
nem mesmo a função que exercem,
pois o salário que é pouco,
se lhes sobra pras despesas,
mal coloca o “pão” na mesa,
e a casa em cima dos “morros”.

Homens na eterna vigília,
Armados de patriotismo,
Campeadores do civismo
neste quadro de injustiças.
Quem tem alma de polícia
E a paz por ideal
Faz da lei o manancial
Prá garantir a justiça!

São esses homens, patrício,
que merecem ter confiança
de toda esta sociedade
da qual também fazem parte.
Não querem só uma estatueta
moldando um marco na história
talhada em bronze na praça,
Querem o reconhecimento
que faça jus e sustente
a condição permanente
de serem eles os “praças”.

É por isso, meus senhores,
que hoje deixo este recado:
Respeitem esses soldados
rondando pelas calçadas,
são soldados da Brigada,
são os caudilhos do Rio Grande,
que trocam a bota e a bombacha
pra recomporem nas fardas
e na memória de sua gente,
a vigília permanente
da sua terra e do seu povo!

Cidade: Caxias do Sul
Autor: Érico Padilha
Intérprete: Érico Padilha
Amadrinhador: Violão – Alcione Padilha

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