PAZ E LUZ

Perpassa pro papel, a pena,
A paz que verte em poema
No mais sublime sonhar.

Reluz a Luz que procuro,
Mesmo no vazio do escuro...
Quando mereço encontrar.

Paz e Luz...
Confundidos com destinos
Aos quais se queira chegar.
Paz e Luz... são caminhos convergentes
Pelos quais se deve trilhar!...

Duas palavras pequenas
Mas com tanto significado...
Que contam muito da História
E das buscas sem-fim do Homem.

Terá sido sempre assim?
Pode-se mudar as páginas do futuro
E escrever outras que não nos levem ao fim?

A Paz...
Àquela que trata da harmonia do espírito,
Da calma e serenidade...
Que marca a ausência da guerra;
A extinção do combate;
O aperto de mão sobrepondo as armas;
A vitória da peleia por palavras...
Onde a aliança da pena com os homens,
Traduz pro papel a conquista do acordo.

Luz...
Bendito sopro da vida!
Essa magia estupenda
Que brota com a poesia...
Somando dois em um só.
Luz...
A procura em cada rumo traçado
De encontro com a sua fé
Num mundo melhor...
No Supremo Criador...
Cada povo a sua maneira
Mas focando neste Norte.



Paz e Luz...
Tão singelas palavras
Encerrando em meia dúzia de letras
Milhares de anos do agir das civilizações.

Mas que paz buscaram os homens?
De encontro a qual luz marcharam?!

Talvez alguns tenham confundido a paz,
Com a supremacia extrema do poder,
Com o domínio material,
Subjugando povos e nações...
Quem sabe com a visão
Ofuscada por outra luz,
Àquela do astro-rei refletindo no vil metal...
Que cega os olhos... com a ganância,
E... petrifica o coração dos fracos?!

Poderia ser a luz da ciência,
Do conhecimento, do desenvolvimento?...
A luz da consciência?...
A luz do bem querer?!

Mas, este... “querer”
Foi sempre o do mandatário
Ou de seu conselheiro da fé!
A paz é sempre o objetivo final,
Substantivo perdido...
 Distante das entrelinhas do texto...
Porém... é sempre o pretexto
Para o rufar dos tambores
Que soam pelo poder;
Pelo domínio imperialista...
Pela imagem cunhada
E o luzir falso... do ter!

As questões atropelam
E tomam razão e sentido,
Ganhando asas na voz:
Qual é a luz que tu buscas?
Qual é a paz que tu tens?

Quem sabe a paz dos silêncios solitários
Num auto-exílio por medo?!
 Dentro de um ranchinho gradeado.
Quem sabe a luz do luar
 No espelho da aguada
Que verte no teu olhar,
Diante de cada injustiça
Que o dia-a-dia te impõe?




Lhes digo...
Que guardo pra mim
Que cada um tem a paz e a luz
Que mais lhe convém...
Seja por falta de vontade
De remar contra a maré,
Seja por ausência de força moral;
Mas... de pronto aflora a sentença:
Isso é a derrota do bem... para o mal!...

A paz que trago comigo
Não está no branco das vestes,
No ramo das oliveiras...
Ou em alvas asas de pombas.
Está na mão que afaga
 E no serenal da consciência justa...
Está na voz... na palavra,
Clamando por bem comum;
É olhar... e ver a face do irmão;
Está no meu chimarrão...
Que agrega e chama a prosear
Pra mil idéias semear
No solo fértil de cada coração.

A Luz...
Esse clarão de alma...
Que é rumo certo e abrigo,
Fé e esperança... que cada qual trás consigo,
Se mostra à face daqueles
Que querem lhe enxergar.

Então que Paz que tu tens?
Que Luz ilumina o teu andar?

Por isso afirmo senhores:
Que desejo que essas linhas de esperança
Redobrem hinos de paz
Ecoando com emoção
Na mente de cada um;
E que o sonho do bem comum
Nos leve... de um a um,
Pra paz sem dono ou senhor...
E pra luz sublime... do amor!...


Cidade: Porto Alegre
Autor: Cristiano Ferreira
Intérprete: Zeca Pereira
Amadrinhador: Violão - Claudio Silveira

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